SUPER QUARTA: DECISÕES DO FED E DO COPOM PODEM SACUDIR OS MERCADOS GLOBAIS

Nesta “Super Semana” de política monetária, os holofotes estão voltados para os encontros de dois dos maiores Bancos Centrais do mundo, que prometem definir os rumos dos investimentos e da economia em 2025. Com inflação resistente, sinais de desaceleração econômica e incertezas geopolíticas, a atenção dos investidores está redobrada para cada palavra dos dirigentes do Federal Reserve e do Copom, em busca de pistas sobre a intensidade do aperto ou a possível virada na curva de juros.

A chamada “Super Quarta” reúne em um mesmo dia as decisões sobre as taxas básicas de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Mais do que uma mera coincidência de calendário, este momento tende a influenciar os mercados globais, uma vez que tanto o Fed quanto o Copom estabelecem o custo do dinheiro em duas das maiores economias do continente americano.

1. O contexto internacional

A trajetória do Federal Reserve tem oscilado entre cortes e manutenções cautelosas. O corte expressivo no final de 2024 foi seguido de uma “pausa técnica” em janeiro. Agora, a aposta majoritária é de que a autoridade monetária norte-americana mantenha os juros na faixa de 4,25% a 4,50%. No entanto, economistas e investidores observam atentamente as projeções dos dirigentes do Fomc, pois qualquer sinal de revisão altista na inflação poderia forçar o Fed a endurecer seu discurso — impactando fortemente os preços dos ativos de renda fixa e variável, tanto nos EUA quanto em mercados emergentes.

2. O cenário doméstico

No Brasil
, a decisão do Copom está praticamente precificada pelo mercado: após as altas previamente anunciadas, a Selic deve chegar a 14,25%. A discussão gira em torno de quão perto estamos do fim desse ciclo de aperto monetário. Há quem veja a necessidade de manter a cautela por conta das expectativas de inflação ainda desancoradas. Por outro lado, parte do mercado destaca que a atividade econômica começa a dar sinais de arrefecimento, e a taxa de câmbio tem se comportado melhor, o que pode abrir caminho para, em breve, estabilizar os juros.

3. “Super Semana” global

A quarta-feira chamativa virou também uma “Super Semana”, graças a outros grandes Bancos Centrais: além do Fed e do Copom, há decisões de juros sendo tomadas em países como Suíça, onde a inflação atingiu o menor patamar em quatro anos, e novas reduções nos juros podem ser adotadas. Em outras nações, a postura tem sido de “esperar para ver”, apontando para um cenário de maior estabilidade.

4. E agora, investidor?

Para quem investe, o momento exige atenção redobrada aos comunicados oficiais dos Bancos Centrais e às coletivas de imprensa que ocorrem após cada reunião. O tom — mais duro ou mais brando — pode mudar o humor dos mercados de renda fixa e variável. A expectativa de manutenção de juros mais elevados por mais tempo tende a favorecer investimentos de renda fixa indexados à Selic ou a índices de preços, enquanto o sinal de um possível fim de ciclo pode impulsionar a procura por ativos de maior risco.

Em resumo, a “Super Quarta” e toda essa “Super Semana” de política monetária podem trazer volatilidade, mas também oportunidades. O investidor que se mantiver bem informado e alinhado com seu perfil de risco tem mais chances de tomar decisões acertadas em meio às flutuações do mercado.

Por: Thiago Mazzo, CGA