CRISE OU OPORTUNIDADE: TAXA DE JUROS ALTA, INVISTO OU NÃO EM AÇÕES?

Com a Selic em alta, a dúvida surge: renda fixa ou ações? Confira agora como cada perfil de investidor pode aproveitar esse momento para proteger e potencializar seus investimentos.

Alta da taxa de juros? E agora, onde investir?

Para começar, entenda que a taxa básica de juros impacta tanto o custo do crédito quanto a atratividade de diferentes modalidades de investimento. Com a Selic em alta, produtos de renda fixa (Tesouro Direto, CDBs, LCIs/LCAs) se tornam mais interessantes, pois entregam retornos mais previsíveis e seguros. Ao mesmo tempo, muitos investidores podem ficar tentados a sair da renda variável, o que geralmente pressiona para baixo os preços das ações.

Essa pressão de venda ocorre porque, em cenários de juros mais altos, parte do mercado prefere a maior segurança da renda fixa. Como consequência, o preço das ações tende a cair, mesmo que a saúde financeira das empresas permaneça sólida. Porém, essa queda de preços também pode representar uma oportunidade para quem tem um perfil mais arrojado, pois permite adquirir ações a valores descontados e, eventualmente, obter lucros expressivos no longo prazo.

Além disso, quando as ações caem, o dividend yield (dividendos pagos dividido pelo preço da ação) tende a subir em termos percentuais. Isso significa que, para quem compra ações em baixa, pode haver um ganho ainda maior quando as empresas distribuem lucros. Claro que é essencial analisar se essas companhias continuarão gerando caixa suficiente para manter ou aumentar os dividendos no futuro.

Já o investidor conservador deve aproveitar a alta dos juros para reforçar a parcela de renda fixa e buscar proteções como títulos pós-fixados ou atrelados à inflação, que oferecem remuneração mais competitiva e menor volatilidade. Independentemente do perfil — conservador, moderado ou arrojado —, o segredo é ter um planejamento consistente e fazer a alocação de forma diversificada.

Estudar a saúde financeira dos ativos e gerenciar riscos com critério é fundamental em qualquer cenário econômico. Além disso, manter um horizonte de investimento de médio a longo prazo ajuda a suavizar oscilações e aproveitar os ciclos do mercado.

Por fim, a alta dos juros não invalida a renda variável: é apenas uma mudança de contexto que exige análise mais cuidadosa e uma carteira bem planejada. Com informação, disciplina e uma estratégia sólida, é possível aproveitar o melhor de cada modalidade e construir um portfólio equilibrado, pronto para enfrentar diferentes cenários econômicos.

Por: Lucas Sardeti, CNPI